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III SEMINÁRIO SOBRE INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO

29 ago 2014

A quebra de paradigmas, a busca pela felicidade e a valorização das pessoas foram pontos centrais debatidos na primeira noite do III Seminário sobre Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho, realizado no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó. Participam aproximadamente 500 pessoas.
A iniciativa da Fundação Aury Luiz Bodanese, da Cooperativa Central Aurora Alimentos e demais parceiros, visa sensibilizar para uma mudança de comportamento, reduzindo o preconceito e proporcionando o exercício da cidadania para todas as pessoas. Além disso, tem como objetivo articular junto às entidades que atuam com pessoas com deficiência, empresas, universidades e instituições de ensino reflexões sobre as temáticas que envolvem as pessoas com deficiência com vistas à inclusão ao mercado de trabalho e também para aproximar a teoria da prática para acadêmicos das instituições parceiras.
“O seminário proporciona quebra de paradigmas e revela que estamos aprendendo muito com o que está acontecendo nos últimos anos, principalmente, de que trabalhar é exercer a cidadania. O programa Atitude Agora nos ensinou a ter paciência, a acreditar nas pessoas, compreender que todos têm deficiências e limitações e a valorizar as pequenas coisas da vida. Acreditamos que é possível mudar o contexto atual a partir da transformação que ocorre dentro de cada um de nós”, observou a presidente da Fundação, Isabel Cristina Trierveiler Machado.
A programação contemplou apresentação do aluno da APAE de Chapecó e duas palestras.
Na primeira noite, a administradora Gisely Niedermayer, de 24 anos, natural de São Carlos, relatou com muito humor e descontração sua trajetória de superação e enfrentamento da doença artrite reumatóide juvenil, popularmente conhecida como “reumatismo”.
A doença foi diagnosticada aos três anos. Foram tentados inúmeros tratamentos e medicamentos, por isso Gisely passou a maior parte da vida em hospitais, uma vez que a doença atinge as articulações e as dores são constantes. Para superar, contou com o apoio da família e de amigos, que sempre estiveram ao seu lado.
“A família é a base de tudo, mas teve um período em que não aceitava a minha condição, por isso, tive que procurar a ajuda de especialistas. Contudo, quando compreendi que poderia viver da mesma forma, me aceitei, e assim, fiz as pessoas que me amam mais felizes. Tudo ficou mais fácil. Vencer a si próprio é a maior vitória”, argumentou.
Gisely explicou aos participantes que a doença impossibilitou o seu crescimento e, com isso, atualmente, tem algumas dificuldades de executar tarefas do cotidiano. Porém, destacou que a maioria das pessoas tem problemas, mas a diferença está na maneira pela qual tratamos com eles e assim, de maneira descontraída, foi citando exemplos e interagindo com o público para enfatizar a importância de “divertir-se com as dificuldades”.
O arquiteto Mário Cesar Silveira abordou “Acessibilidade e educação inclusiva – provocativos para um mundo melhor”, com ênfase na valorização das pessoas, no rompimento dos paradigmas e no relato de superação de sua filha Carolina.
Silveira ressaltou que atualmente a educação ensina sermos melhores como profissionais e não como pessoas. “Nós não provocamos mudança por não lermos os paradigmas. Poderíamos transformar muitas coisas nesta vida, mas nos conformados, nos mantemos no comodismo e afirmamos que as coisas sempre foram assim por aqui”, argumentou.
O arquiteto ministrou a palestra com o objetivo de provocar espantos. Apresentou artigos da legislação brasileira que comprovam o avanço nesta área. Contudo, enfatizou que de nada adianta leis sem a mudança de cultura da população.
“A pessoa com deficiência é um provocativo para quebrar paradigmas, porque elas podem se superar, executar melhor as tarefas e achar outras maneiras de fazer as atividades, ou seja, elas representam a inovação”, justificou Silveira. Para finalizar, explicou a diferença entre integração (que é fazer para a pessoa) de inclusão (fazer com a pessoa).
Na quinta-feira (28), ocorreu mesa redonda com a temática “Educação inclusiva e acessibilidade” e, na sequência, foi realizada palestra “Um motivo para a ação”, com Edson Oliveira.
O evento é uma iniciativa da Fundação Aury Luiz Bodanese e da Cooperativa Central Aurora Alimentos, com a parceria do Ministério Público de Santa Catarina, Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e das universidades UCEFF Faculdades, UFFS, Unochapecó e Unoesc

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