FALB PROMOVE REENCONTRO EMOCIONANTE DE MÃE E FILHO
Após três anos sem ver o filho, a mãe Amonise Pierre, que está no Brasil desde 26 de agosto de 2011, conseguiu no dia 02 de abril de 2014, abraçar seu menino de nove anos Amcy Owens Pierre que estava no Haiti aos cuidados de uma prima do pai já falecido.
O reencontro foi possível graças à solidariedade dos brasileiros que auxiliaram nas ações organizadas pela Fundação Aury Luiz Bodanese e da Coopercentral Aurora Alimentos.
Amonise relatou que chegou no Brasil pelo Acre, apenas com o filho mais novo (hoje com cinco anos), de maneira ilegal e logo em seguida procurou fazer os documentos. “Fiquei sabendo sobre Chapecó, de que no município haviam oportunidades de trabalho. Por isso vim para cá”, explicou. Chegando à cidade, ficou dois meses desempregada até que uma pessoa da igreja em que frequenta, falou sobre a Aurora.
A gerente da unidade IACH, Maria Elizabeth Mezaroba, explicou que ao conhecer a história de Amonise, que trouxe um filho e teve que deixar outro no Haiti, muitas pessoas se sensibilizaram na cooperativa. “Nossa unidade foi a primeira a receber os haitianos na Aurora e por isso tivemos a ideia de fazer um almoço para arrecadar recursos para trazer um familiar de cada um dos colaboradores pelo menos, com o propósito de unir as famílias novamente”, complementou. Desta maneira, foi realizado no dia 27 de março de 2013 o “Almoço Amigos da FALB”, com a participação de mais de mil pessoas da região.
De acordo com a presidente da Fundação, Isabel Cristina Machado, o compromisso da instituição e da cooperativa vai além do trabalho, porque se preocupa com o bem-estar dos colaboradores que desejam reconstruir sua vida com dignidade. “Atualmente, na cooperativa temos mais de 400 funcionários haitianos e auxiliamos com alimentos, roupas, calçados e utensílios domésticos”, ressaltou.
DESAFIOS
Amonise relembrou que foram tempos difíceis longe do filho e do namorado Garry Pierre que também chegou nessa semana ao Brasil. Ela relatou que a comunicação era limitada, principalmente por telefone, tendo como alternativa apenas a internet. “Uma mãe não pode ficar nenhum dia sem um filho. Eu fiquei três anos. A gente sofre, mas temos que esquecer isso e olhar para frente”, desabafou com um sorriso no rosto.
No Haiti, Amonise trabalhava como professora, porém ganhava muito pouco e por isso decidiu mudar de país para ter uma vida melhor. “Trabalho na Aurora há dois anos, foi uma luta para conseguir os documentos para trazer meus parentes ao Brasil, mas hoje estou muito feliz”, comemorou.
Ao ser questionado de como foi o período longe da mãe, Amcy comentou: “foi muito mal”.
A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor que o prazer daquele de quem o faz. (Machado de Assis)